segunda-feira, 19 de agosto de 2013

SISTEMA INDIANO DE CASTAS (Por Ana Lucia Santana) O sistema de castas na Índia, apesar de ser condenado pela Constituição de 1950, é tão antigo e tradicional, que a força da prática adotada ao longo de séculos permite que esta cultura permaneça mais viva do que nunca, embora hoje ela prevaleça mais nas áreas rurais. Esta estratificação social não se baseia simplesmente em recursos financeiros, na fortuna, mas sim em fatores de ordem religiosa e na transmissão hereditária do legado de cada casta. Esta formação social hindu teve início com a chegada dos árias – povos de origem indo-européia, portadores de pele clara -, nas terras hoje pertencentes à Índia. Historicamente as castas são citadas pela primeira vez no livro conhecido como Manu, considerado sagrado pelo Hinduísmo, produzido entre 600 e 250 a.C. A primeira divisão de que se tem notícia ocorreu entre os árias, denominados ‘varnas’, de um lado, e os dasya, antigos habitantes desta região, transformados em escravos ou dasas, distintos dos imigrantes por sua epiderme escura. Tem início então o sistema de castas, vigente há pelo menos 2600 anos no subcontinente indiano. A casta é um grau social transmitido como herança, assim a situação social em que cada pessoa se encontra é legada dos genitores para seus filhos, os quais só podem contrair matrimônio com seres pertencentes ao seu próprio círculo. Embora predominante no hinduísmo, este mecanismo social está também presente entre os muçulmanos e até mesmo na esfera do Cristianismo, no território indiano. A partir deste momento os árias ou ‘varnas’ foram hierarquizados conforme cada elemento do corpo de Brahma, o Deus Maior do hinduísmo. A boca desta divindade constitui os brahmin, uma elite composta por apenas 15% da população, os quais compõem os sacerdotes, professores e filósofos. Somente eles podem estruturar as cerimônias religiosas e transmitir o legado sagrado para o povo. Logo depois vêm os braços de Brahma, dando origem aos Kshatriya, membros das instituições políticas e militares, dependentes das orientações transmitidas pelos brâmanes. Em alguns momentos, porém, estes indivíduos se rebelaram contra ordens superiores. As coxas de Brahma geram os vaishas, responsáveis pelas atividades comerciais e agrícolas, enquanto os shudras nascem dos pés do deus, constituindo os camponeses, trabalhadores fabris e artífices, os quais só recentemente conquistaram o direito de acesso à sabedoria hindu. À margem das castas há os dalit, chamados ‘intocáveis’ ou párias, que de alguma forma transgrediram alguma norma social pertencente ao sistema de castas, sendo por isso excluídos. Esta punição se estende a todos os seus descendentes. São considerados impuros, por isso têm que lidar com o que é considerado imundo socialmente – limpar esgotos, coletar o lixo, manipular os mortos. Os jatis não se encaixam em nenhum parâmetro determinado pelo mecanismo das castas; mesmo assim eles buscam ser aceitos pelas castas mais elevadas, enquanto normalmente exercem um trabalho liberal legado por seus familiares. Hoje, apesar de ser considerado ilegal pela Constituição, o sistema de castas mantém sua força e já registra mais de três mil classes e subclasses nos meios sociais indianos

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

NA VIDA REAL, NEM SEMPRE SOMOS FOTÓGRAFOS



Esses dias assistindo uma reportagem sobre a arte de fotografar fiquei pensando alguns paralelos, entre o fotografo e a vida humana, que resolvi escrever algumas idéias para refletirmos.
O fotografo fica tentando captar os melhores momentos; de uma festa, de uma passeata, de uma procissão, uma pose ou simplesmente sem que menos esperemos, ele capta nossa imagem e tem um resultado espetaculoso. O curioso de tudo isso é que um segundo de diferença faz com que ele não registre aquele momento nunca mais.
Se fossemos fotógrafos na vida real, não perderíamos tanto tempo com o que nos atrai, porém nos desvia do foco principal. Quantas coisas deixamos de lado ou temos que abandonar por que fizemos fotografias no momento atrasado, isto é, por que não sabemos dá um não no momento certo ou um sim ao que era certo e nos fazia feliz. Muitas vezes somos atrasados ao sim do foco principal de nossa vida por que por questão de segundos nos devíamos do foco e perdemos o retrato que gostaríamos que fosse o da nossa vida, e por isso vamos viver o resto dela nos lamentando e sentindo a falta de uma atitude na hora certa mesmo que essa nos traga conseqüências.
O fotografo para fazer boas fotos enfrenta muitos obstáculos, como os maus entendidos as reprovações e correm até risco de vida como fotografar em uma avenida movimentada, em uma manifestação violenta ou algo semelhante, entretanto o que seria do cenário cinematográfico se não fosse à coragem dos fotógrafos em registrar cada momento ariscado. A vida humana não deveria ser diferente, contudo estamos sempre adiando as nossas decisões, umas por medo, outras por própria covardia de não saber da um clique (não/sim) na fração de segundos correta como o fotografo. Daí o tempo todo ficamos nos perguntando por que a vida não é assim? Naquele tempo era assim ou eu deveria ter agido assim? E por ai vai, a vida inteira lamentando, por não ter tido a coragem de fotografar o que interessava por medo das conseqüências, sem levar em consideração que as implicações futuras poderão ser bem maiores e irreversíveis.
Como o fotografo que decide o que focaliza e eis ai à eficácia da sua realização profissional com sucesso ou não. Também na vida real nós não somos nada mais que as decisões que tomamos ou deixamos de tomar, sejam elas escolhidas por liberdade própria ou por uma determinada situação que tivemos que escolher alguma que não se pode mais voltar atrás e dai vamos levando a vida como se diz no popular brasileiro ‘mais ou menos’. Por isso que na vida real devemos aprender com os fotógrafos, dá o clique na hora certa, seja ele sim ou não, pois nos traz uma vida de felicidade embora proporcione momentos difíceis.
Ijaelson Clidório Pimentel

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A Esperança sobreviverá?




Vivemos tempos difíceis no contexto da esperança, parece que as desilusões sociais, os desencontros afetivos, a corrupção, foram aos poucos desconstruindo em nossa geração o desejo de um sonho e dando lugar ao imediatismo e até mesmo o virtual, parecendo mais possíveis, mesmo que ilusórios.
O perigo é que essa desmotivação tem atingido não somente o indivíduo em si, mas alimentado uma visão negativista do mundo e sufocando o que há de positivo como nos recorda o pesador medieval: “Dois homens olharam através das grades da prisão; um viu a lama, o outro as estrelas”. (Santo Agostinho) Também nos nossos dias, preferimos enxergar a lama que há ao nosso redor (evidente que não podemos negar), e esquecemos que existem também estrelas, ou seja, algo que podemos acreditar e nutrir nossa esperança.
A sensação de olhar em volta e para si mesmo e encasquetar que não pode mais, ou de que é inútil lutar por isso ou aquilo, gera não somente uma acomodação, mas o vazio e a angustia de ainda continuar existindo sem um sonho.
Mas a final, que esperança devemos portar? A solução definitiva da miséria no mundo? Conquistar um poder aquisitivo invejável? Logicamente não podemos reduzir a esperança somente as grandes conquistas, mas se trata do nutrimento para continuar lutando, seja o intuito mais simples ou do mais alto grau possível, porém para quem busca será sempre ‘a conquista’ e encontra nela razão para sair do marasmo que nos deparamos a cada dia causando um certo medo de arriscar e acreditar. Contudo ser um homem ou uma mulher de esperança não quer dizer ser um super-herói, mas “a esperança é um alimento de nossa alma, ao qual sempre se mistura o veneno do medo”. (Voltaire)
Os atropelos, às decepções, às mazelas que de uma forma ou de outra atinge o gênero humano, seja no passado ou no presente e bem verdade ainda, é que tudo isso causa uma sensação de desesperança, todavia nunca podemos nos permitir que ela seja uma constante, pois como nos lembra Martim Luther king e creio que isso é o suficiente: “devemos aceitar a decepção finita, mas nunca perder a esperança infinita”.

Autor: Ijaelson Clidório Pimentel
Professor de filosofia e sociologia

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Que se calem os poetas e os filósofos?

 

A busca do belo pode elevar, enlear, seduzir. A busca do belo pode acordar o homem para o feio. Como saber o que é belo sem um parâmetro?
Por Luiz Henrique Zago*
Alguns desenvolveram a capacidade de contemplar admirando-se. São semelhantes às crianças que se espantam com a realidade que é sempre nova. São garimpeiros do belo, que sabem que o verdadeiro apreciador acaba por descobrir beleza não importa onde. Seja no vento que passa ou não, na vida ou na morte, na galeria ou televisão.
(...)
Aqueles que querem manter o controle sabem como são perigosos à ordem vigente os que buscam o belo; eles têm de ser extirpados. As pessoas devem receber o bastardo, o que não pariu do artista, do filósofo, do que pensa, mas do produtor, da gravadora talvez. Recebem a arte que grita aos ouvidos, os ensurdecendo.
(...)
A música de entretenimento preenche os vazios do silêncio que se instalam entre as pessoas deformadas pelo medo, pelo cansaço e pela docilidade de escravos sem exigências." Os que querem o poder impõem valores e modelos de comportamento, criam necessidades e estabelecem uma linguagem que deve ser uniforme para alcançar todos; amorfa, assassina da criatividade, por acostumar a um recebimento passivo de todas as mensagens.

* Luiz Henrique Zago é filósofo, psicólogo e professor da faculdade da fundação educacional de araçatuba (Fac-Fea). e-mail: luishenriquezago@hotmail.com
 Adaptado da revista filosofia

terça-feira, 12 de julho de 2011

Conversa Construtiva!



Em Breve estarei abrindo essa nova ferramenta de discursão e aprendizado. espero a sua participaçao e colaboraçao.
Abraço a todos.

Ijaelson